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28 Mar 2022

A abordagem da Cirurgia Plástica, Reconstrutiva e Estética

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A abordagem da Cirurgia Plástica, Reconstrutiva e Estética

A cirurgia plástica, reconstrutiva e estética dedica-se ao tratamento cirúrgico de deformações da pele, anexos e partes moles do corpo, e das estruturas nervosas e musculoesqueléticas da face e da mão, incluindo queimados e respetivas sequelas, nos seus aspetos estéticos, morfológicos e funcionais.

Estas alterações podem ser congénitas, se estiverem presentes desde o momento do nascimento, ou adquiridas, quando resultam, por exemplo, de traumatismos, tumores ou infeções.

Mais do que viver mais tempo, a medicina moderna procura proporcionar um viver melhor. A Cirurgia Plástica é provavelmente a especialidade que melhor traduz este espírito. 

A atividade da Cirurgia Plástica, divide-se em duas áreas principais:

  • Cirurgia reconstrutiva
  • Cirurgia estética

Cirurgia Reconstrutiva

Na área da Cirurgia Reconstrutiva, o objetivo é a reconstrução anatómica e a recuperação funcional de regiões ou estruturas afetadas do organismo.

São exemplos na área da cirurgia reconstrutiva, a atuação em:

  • Cirurgia crânio-facial, por exemplo em malformações congénitas, traumatismos ou tumores;
  • Cirurgia da mão;
  • Reconstrução mamária;
  • Revisão de cicatrizes;
  • Tratamento de queimaduras.

Cirurgia Estética

No âmbito da Cirurgia Estética, destacam-se:

- Cirurgia de contorno corporal:

  • Abdominoplastia
  • Lipoaspiração, lipoescultura
  • Mamoplastia de redução (redução mamária)
  • Mamoplastia de aumento (próteses de aumento da mama)

– Correção de alterações da face, pescoço e membros provocadas pelo envelhecimento

– Cirúrgicos – lifting facial, Cirurgia palpebral (blefaroplastia);

– Não cirúrgicos ou minimamente invasivos – toxina botulinica, preenchimentos com ácido hialurónico;

– Rinoplastia;

– Otoplastia para otimização de traços anatómicos (orelhas descoladas);

– Revisão de cicatrizes.

Os objetivos desta abordagem cirúrgica podem estar relacionados com a estética e harmonia facial ou corporal desejadas ou reverter os efeitos do envelhecimento indesejados ou ainda, através de procedimentos reconstrutivos, restaurar e devolver a forma e função normais, ausentes por malformações congénitas, alteradas por anomalias do desenvolvimento ou acidentalmente perdidas na sequência de traumatismos, tumores ou complicações de outros tratamentos médicos ou cirúrgicos. Ou seja, a Cirurgia plástica não se prende apenas com o ramo estético, podendo ter uma repercussão muito significativa na reconstrução de deformações e alterações, devolvendo a funcionalidade e a qualidade de vida ao utente. 

A Fisioterapia assume um papel importante na recuperação deste tipo de intervenção, tanto na fase pré-cirúrgica como no timing pós-cirúrgico. Na fase pré-cirúrgica, atua ao nível da preparação da pele e respetiva hidratação, elasticidade local dos tecidos e eliminação das toxinas. Pode fazer toda a diferença no sucesso do procedimento cirúrgico, potenciando uma recuperação mais rápida e funcional. Nesta fase, também é realizada uma avaliação global ao nível postural e mobilidade geral com o objetivo de identificar e corrigir alterações posturais e retrações miofasciais que poderão influenciar a cicatrização e, por sua vez, o resultado final da cicatriz. A educação/transmissão de informação sobre o pós-operatório, que posturas adotar e conselhos práticos para o dia a dia são também abordados.

No pós-operatório, a análise da atrofia cutânea e muscular, do edema e do estado da cicatrização face ao tipo de cirurgia realizada são parte da avaliação minuciosa que permitirá estabelecer um protocolo individualizado para otimizar o processo de reabilitação, no restauro da funcionalidade e na melhoria do quadro álgico, ansiedade e edema. De igual modo, a avaliação/tratamento abrange a componente postural, com ênfase nas posturas antiálgicas, que poderão instalar-se involuntariamente como resultado do próprio procedimento cirúrgico.

 

Sara Lourenço

Fisioterapeuta

 

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