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9 Mar 2016

“A Physioclem é uma fonte de energia positiva”


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“A Physioclem é uma fonte de energia positiva”

Levantou o braço. Um dos dedos apontou aos céus. O gesto determinado contava o que lhe ia na alma. Alguém partiu. Morreu. Para essa pessoa, Telma Santos canalizava a vitória, o seu amor, numa das fases de grupos, na mais alta competição mundial: os Jogos Olímpicos (2012). A penicheira, que desde criança joga badminton, dedicou o momento à avó Maria, que faleceu um ano antes. A mulher que a também a criou. Os dias de creche foram trocados pelos mimos da mãe do pai.

No mesmo braço que ergueu aos céus, Telma Santos tatuou o significado de um dos momentos mais importantes de sua vida. São cinco os anéis que se entrelaçam, desenhando o símbolo dos Jogos Olímpicos (JO). A avó Maria foi a inesquecível fonte de inspiração.

A mesma garra que antecedeu os JO de 2012, em Londres, continua presente no dia a dia da atleta de alta competição. A um passo da qualificação para as Olimpíadas Rio 2016, a atleta ainda está a participar em torneios internacionais pontuáveis para a qualificação. Brasil, Jamaica e Nova Zelândia são os países que se seguem. Antes de partir, entrega-se aos cuidados da Physioclem, clínica especialista em fisioterapia desportiva.

Foi com 8 anos que Telma Santos entrou no mundo do badminton. Ao contrário do que normalmente acontece, quando acompanhou o tio a um dos treinos, no Clube Stella Maris, em Peniche, acertou sempre no volante (conhecido, vulgarmente, por pena). “Começou por ser uma brincadeira, mas a verdade é que acabei por me apaixonar pela modalidade”, testemunha. Passados três meses, e com treinos de segunda a sexta-feira, já participava em competições. “O mais incrível é que ganhava todos os torneios, mas quando chegava os campeonatos nacionais perdia”, relembra, entre sorrisos. Aos 14 anos alcançou a primeira vitória e desde esse dia todas as provas nacionais individuais, à exceção de uma, são suas.

Face aos resultados, o percurso da atleta de alta competição começa a ser cobiçado. O convite mais forte chegou do União Desportivo de Santana, na Madeira. Passado algum tempo, muda para um dos clubes rivais, o Grupo Desportivo do Estreito. Nesta fase, não só jogava campeonatos nacionais de juniores, como de seniores. Já no continente, continuou a dar títulos ao Che Lagoense. Embora representando as cores nacionais, Telma Santos aceita o convite para integrar a Liga Dinamarquesa. Hoje, é pela espanhola que entrega o seu profissionalismo. “Aceitei porque estas ligas têm objetivos totalmente diferentes de Portugal. Lá jogam-se provas de equipas e não apenas individuais”, explica Telma Santos.

O sonho que vive dedica-o ao tio, Fernando Silva, de 43 anos, referência da modalidade em Portugal e no estrangeiro. “É o meu ídolo, a minha fonte de inspiração. O que tenho conquistado é graças a ele. O facto de querer ser igual ao meu tio, faz-me seguir as suas pisadas”, salienta Telma Santos, enquanto os olhos ganham um brilho especial. Tio e sobrinha são os exponentes da modalidade em Portugal. Também Fernando Silva participou nos Jogos Olímpico, foi campeão europeu de seniores (2014) e recebeu a medalha de bronze, no Campeonato Mundial de Seniores (2015).

Não são apenas os laços de sangue e de paixão pela modalidade que unem tio e sobrinha. Há elemento chave no meio deste percurso, ao qual dedicam horas e horas semanais, anos e anos de vida… Luís Carvalho, de 59 ano, é o homem que Telma Santos também idolatra. O treinador que levou o tio Fernando Silva aos Jogos Olímpicos, em Barcelona (1992). “Passados 20 anos levou-me a mim! É a pessoa mais exigente que tenha a meu lado. Por vezes, é duro, mas faço-lhe ver que consigo e que o respeito. A sua forma de ser tornou-me mais forte física e psicologicamente”.

Livre-se quem pensa que Telma Santos foi maria rapaz. Pelo contrário, sempre gostou de brincar com bonecas e com meninas. No entanto, sempre foi apaixonada pelo mundo do desporto e, embora, gostasse de jogos coletivos, foi no badminton que se encontrou. Também o facto de ter cinco tios, irmãos da mãe, a levaram a estar mais próxima da atividade física.

Os pais não têm por hábito assistir aos seus jogos. A mãe fica muito nervosa. Já o pai nunca foi muito ligado à modalidade. “Por vezes, não manifesta muito agrado, mas a verdade é que quando recebe visitas mostra as taças que ganhei e guarda todos os recortes de jornais e revistas em que entro”, refere Telma Santos.

Neste momento, é diretora técnica num ginásio nas Caldas da Rainha. “A minha disponibilidade para treinar é menor, por isso faço sacrifícios noutros horários. A verdade é que tenho uma equipa e entidade patronal fantásticas, que me dão liberdade para continuar a sonhar”, salienta a atleta de alta competição.

Telma Santos continua a sonhar e a voar. Neste momento, a prioridade são as Olimpíadas Rio 2016. Se conseguir lá chegar, vai dedicar o feito ao avô Manuel, pai da mãe, que também já partiu.

Casar e ter filhos continuam a fazer parte dos seus planos, “mas tudo acontecerá a seu tempo e sem pressas”. As horas que dedica ao badminton roubaram-lhe tempo às amizades: “Não tenho muitos amigos, mas os que tenho estão sempre lá”.

Após os Jogos Olímpicos, pretende terminar a carreira de alta competição. Já o badminton continuará a nortear o seu caminho e a forma de estar na vida. A ambição de ser treinadora e de pôr a modalidade no top são metas de vida.

Na Physioclem, parceira oficial da Federação Portuguesa de Badminton, entrega parte do seu bem estar, físico e psicológico. Uma lesão, há uns anos, num joelho levou-a aos cuidados dos fisioterapeutas da casa. Sobre a equipa de trabalho garante não ter “palavras suficientes para agradecer” tudo o que têm feito por si.

“A Physioclem é uma fonte de energia positiva. Os tratamentos são o meu único momento para relaxar a mente”,

garante a campeã nacional de badmington.

Recentemente, venceu um torneio em Uganda. “Se ganhei foi muito graças ao Marco Clemente. As mensagens que enviava deram-me ânimo. Consegue ver sempre um lado positivo em tudo”, testemunha Telma Santos.

No jogo da vida, também perdemos e ganhamos. Desistir é que nunca…

 

Luci Pais

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