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24 Nov 2016

“Na Physioclem a qualidade técnica junta-se, da maneira mais bonita, à humana”

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“Na Physioclem a qualidade técnica junta-se, da maneira mais bonita, à humana”

Quando a Margarida Santos fala, o nosso olhar prende-se ao seu sorriso e na forma delicada como diz cada uma das palavras. Uma mulher cheia de amor para dar, mas também para receber. Há pessoas que nos conquistam e a administrativa da Physioclem, em Leiria, é uma delas.

A Physioclem entrou na sua vida há cerca de um ano. A sua filha mais velha, Vanessa, namora com um dos fisioterapeutas da casa, Hugo Lauro. Surgiu, assim, a oportunidade. “Tem sido uma experiência fantástica, marcante… Aqui percebemos, se estivermos atentos, a fragilidade e a vulnerabilidade das pessoas”.

Há um lado intenso humano que a prende nos pormenores. “Falamos com muitas pessoas. Se há alguns pacientes são mais reservados, a maioria gosta sempre de uma boa conversa”.

É o lado humano que a conquista. “Há um senhor, seguido pela Vânia, que tem uma força interior admirável. Quando entrou na clínica mal conseguia andar e hoje começa a dar os seus primeiros passos. Era pessoa muito ativa, hoje faz de tudo para o voltar a ser… É uma força da natureza que me deixa muitas vezes a pensar”, testemunha Margarida Santos. 

O lado humano é uma característica também da Physioclem. “Todas as pessoas pessoas que trabalham nesta casa são o exemplo disso. O espírito humanitário está sempre presente. Digo muitas vezes que os fisioterapeutas são psicólogos. Além do tratamento, há um desabafo, criando-se a cumplicidade que tanto se fala”.

O dia-a-dia da clínica é um “entra e sai”. “Há muito stress, mas é também muito divertido, porque as pessoas tornam os nossos dias especiais”. Face à procura, Margarida Santos acredita que a Physioclem tem de crescer fisicamente. “Se não fossemos bons, não tínhamos tanta gente. Aqui a qualidade técnica junta-se, da maneira mais bonita, à humana”.

Além da Vanessa, de 25 anos, Margarida tem mais uma filha, Cristiana, de 19 anos. Foi na cidade de Coimbra que nasceu, namorou, casou e teve as filhas. Já passou por Lisboa, onde viveu cerca de 5 anos. Há 17 que se encontra em Leiria. A profissão da sua “cara-metade” (guarda prisional), António Castanheira, fê-la já mudar algumas vezes de terra. São as cidades de Lisboa e de Leiria que têm um significado especial na sua vida. “Coimbra é onde tenho a minha família e vou com frequência, mas não é um sítio onde gostava de viver, nem todas as memórias são boas…”.

A administrativa foi criada pela mãe, Piedade Cavaleiro. O pai saiu cedo de casa. Aliás cedo de mais, deixando a mãe estava grávida de si e o irmão, João Pedro, com pouco mais de dois anos. “Foram momentos difíceis. Temos de olhar para a frente. A minha mãe é um dos maiores exemplos da minha vida. Conseguiu criar dois filhos, num momento em que as mulheres sozinhas eram, muitas vezes, marginalizadas e maltratadas. Passou por muito e teve muitas depressões, que acabaram por proporcionar momentos menos bons, mas como cresci assim, sei perfeitamente viver com isto”, conta. 

Chegou a trabalhar, durante seis anos, numa casa de fotografias. “Fiz de tudo um pouco, desde cobertura de casamentos a impressão de imagens”. Tirou um curso de administrativa, em Coimbra, e chegou a trabalhar na EDP, antes de entrar para a Physioclem. 

A sua paixão são as crianças. É aqui que o seu sorriso e olhar iluminam-se. Quando as filhas era pequenas, já em Leiria, optou por tomar conta de crianças. Para contribuir nas despesas, às suas meninas, juntaram-se outros meninos. Foram 11 as crianças que ajudou e ensinou a crescer. “Tenho saudades de mudar fraldas e de olhar nos olhos daqueles seres tão pequeninos e sinceros”. 

Fica por concretizar o sonho de ser Educadora de Infância. Já pensa em netinhos para colmatar esta ausência. 

É no marido que encontra um dos maiores pilares da sua vida. Talvez, a vida lhe tenha mostrado que uma família só fica completa quando estão todos presentes. “Talvez tenha sido o pai que me faltou e que sempre quis ter…”.

Sonha em percorrer alguns dos lugares mais bonitos do mundo ao lado da sua “cara-metade”. “Nós merecemos passear e continuar a ser felizes. Temos trabalhado muito”, afirma.

Margarida Santos sabe apreciar os bons momentos da vida. Tudo que tem passado são valiosas lições. Junta-as todas para que, todos os dias, se torne um melhor ser humano. 

 

Luci Pais

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