Outubro é o mês em que o rosa ganha um novo significado. É o mês em que o mundo se une para lembrar que cuidar de si é um ato de amor e que o diagnóstico precoce pode mudar destinos. É também o mês em que cada história de superação nos recorda a força que habita em cada mulher.
Na Physioclem, vivemos este mês com o coração aberto. Porque todos os dias acompanhamos mulheres que enfrentam o cancro da mama com coragem, esperança e fé. Mulheres que, mesmo quando o chão lhes foge dos pés, reencontram o equilíbrio nos gestos mais simples, num toque, num olhar, num movimento.
A Fisioterapia como abraço e ciência
A fisioterapia, neste contexto, é muito mais do que uma técnica. É um abraço que se traduz em cuidado, é uma ponte entre a limitação e a liberdade. É a ciência colocada ao serviço da empatia, onde cada exercício é também um ato de reconstrução, não apenas do corpo, mas da confiança e da autoestima.
O exercício físico e a fisioterapia têm mostrado um impacto profundo na recuperação durante e após o tratamento oncológico. Ajudam a controlar a fadiga, a dor e o linfedema; devolvem mobilidade, melhoram o sono, o humor e a qualidade de vida. Mas, acima de tudo, devolvem um sentido de controlo, de presença e de vida. Porque o cancro pode abalar o corpo, mas não define quem somos - e cada movimento é uma afirmação de força e de esperança.
Lutar em movimento
O programa gratuito “Lute contra o cancro em movimento”, desenvolvido pela Physioclem/Vida em Movimento, nasceu exatamente desse propósito: proporcionar, de forma gratuita, um espaço seguro onde pessoas com doença oncológica possam recuperar o corpo e o ânimo, acompanhadas por fisioterapeutas especializados e por uma comunidade que compreende o valor de cada pequeno progresso.
A relação que cura
Trabalhar nesta área é, para mim, uma aprendizagem constante. Cada utente traz uma história, um desafio e uma lição. A relação que se cria é de cumplicidade e confiança, uma parceria que vai muito além da técnica. Em cada sessão, partilho gestos que curam e recebo olhares que ensinam. Aprendo a relativizar os meus próprios problemas, a viver o agora, a valorizar o essencial.
Ao longo desta caminhada percebo que, por mais ferramentas e conhecimento que tenhamos, onde a técnica não chega, chega o amor.
E é esse amor, pelo que fazemos e por quem acompanhamos, que torna o caminho da recuperação possível.
Um convite neste Outubro Rosa
Neste Outubro Rosa, deixo um convite simples, mas essencial: olhe por si. Faça o seu rastreio, marque a sua mamografia, fale com o seu médico, escute o seu corpo. E, acima de tudo, acredite que cuidar é também acreditar: acreditar na vida, na recuperação e na sua própria força.
Porque o verdadeiro símbolo do Outubro Rosa não é apenas um laço.
É a união entre a ciência e o coração.
É o toque humano que cura.
É o amor que nos move, todos os dias.
Sara Lourenço
Fisioterapeuta especializada em Fisioterapia Oncológica